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1 E aconteceu
que, ao fim de dois anos inteiros, Faraó sonhou, e eis que estava
em pé junto ao rio.
2 E eis que
subiam do rio sete vacas, formosas à vista e gordas de carne, e
pastavam no prado.
3 E eis que
subiam do rio após elas outras sete vacas, feias à vista
e magras de carne; e paravam junto às outras vacas na praia do rio.
4 E as vacas
feias à vista e magras de carne, comiam as sete vacas formosas à
vista e gordas. Entäo acordou Faraó.
5 Depois dormiu
e sonhou outra vez, e eis que brotavam de um mesmo pé sete espigas
cheias e boas.
6 E eis que
sete espigas miúdas, e queimadas do vento oriental, brotavam após
elas.
7 E as espigas
miúdas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Entäo acordou
Faraó, e eis que era um sonho.
8 E aconteceu
que pela manhä o seu espírito perturbou-se, e enviou e chamou
todos os adivinhadores do Egito, e todos os seus sábios; e Faraó
contou-lhes os seus sonhos, mas ninguém havia que lhos interpretasse.
9 Entäo
falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Das minhas ofensas me lembro
hoje:
10 Estando
Faraó muito indignado contra os seus servos, e pondo-me sob prisäo
na casa do capitäo da guarda, a mim e ao padeiro-mor,
11 Entäo
tivemos um sonho na mesma noite, eu e ele; sonhamos, cada um conforme a
interpretaçäo
do seu sonho.
12 E estava
ali conosco um jovem hebreu, servo do capitäo da guarda, e contamos-lhe
os nossos sonhos e ele no-los interpretou, a cada um conforme o seu sonho.
13 E como
ele nos interpretou, assim aconteceu; a mim me foi restituído o
meu cargo, e ele foi enforcado.
14 Entäo
mandou Faraó chamar a José, e o fizeram sair logo do cárcere;
e barbeou-se e mudou as suas roupas e apresentou-se a Faraó.
15 E Faraó
disse a José: Eu tive um sonho, e ninguém há que o
interprete; mas de ti ouvi dizer que quando ouves um sonho o interpretas.
16 E respondeu
José a Faraó, dizendo: Isso näo está em mim;
Deus dará resposta de paz a Faraó.
17 Entäo
disse Faraó a José: Eis que em meu sonho estava eu em pé
na margem do rio,
18 E eis que
subiam do rio sete vacas gordas de carne e formosas à vista, e pastavam
no prado.
19 E eis que
outras sete vacas subiam após estas, muito feias à vista
e magras de carne; näo tenho visto outras tais, quanto à fealdade,
em toda a terra do Egito.
20 E as vacas
magras e feias comiam as primeiras sete vacas gordas;
21 E entravam
em suas entranhas, mas näo se conhecia que houvessem entrado; porque
o seu parecer era feio como no princípio. Entäo acordei.
22 Depois
vi em meu sonho, e eis que de um mesmo pé subiam sete espigas cheias
e boas;
23 E eis que
sete espigas secas, miúdas e queimadas do vento oriental, brotavam
após elas.
24 E as sete
espigas miúdas devoravam as sete espigas boas. E eu contei isso
aos magos, mas ninguém houve que mo interpretasse.
25 Entäo
disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só;
o que Deus há de fazer, mostrou-o a Faraó.
26 As sete
vacas formosas säo sete anos, as sete espigas formosas também
säo sete anos, o sonho é um só.
27 E as sete
vacas feias à vista e magras, que subiam depois delas, säo
sete anos, e as sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental,
seräo sete anos de fome.
28 Esta é
a palavra que tenho dito a Faraó; o que Deus há de fazer,
mostrou-o a Faraó.
29 E eis que
vêm sete anos, e haverá grande fartura em toda a terra do
Egito.
30 E depois
deles levantar-se-äo sete anos de fome, e toda aquela fartura será
esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra;
31 E näo
será conhecida a abundáncia na terra, por causa daquela fome
que haverá depois; porquanto será gravíssima.
32 E que o
sonho foi repetido duas vezes a Faraó, é porque esta coisa
é determinada por Deus, e Deus se apressa em fazê-la.
33 Portanto,
Faraó previna-se agora de um homem entendido e sábio, e o
ponha sobre a terra do Egito.
34 Faça
isso Faraó e ponha governadores sobre a terra, e tome a quinta parte
da terra do Egito nos sete anos de fartura,
35 E ajuntem
toda a comida destes bons anos, que vêm, e amontoem o trigo debaixo
da mäo de Faraó, para mantimento nas cidades, e o guardem.
36 Assim será
o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá
na terra do Egito; para que a terra näo pereça de fome.
37 E esta
palavra foi boa aos olhos de Faraó, e aos olhos de todos os seus
servos.
38 E disse
Faraó a seus servos: Acharíamos um homem como este em quem
haja o espírito de Deus?
39 Depois
disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto,
ninguém há täo entendido e sábio como tu.
40 Tu estarás
sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo,
somente no trono eu serei maior que tu.
41 Disse mais
Faraó a José: Vês aqui te tenho posto sobre toda a
terra do Egito.
42 E tirou
Faraó o anel da sua mäo, e o pós na mäo de José,
e o fez vestir de roupas de linho fino, e pós um colar de ouro no
seu pescoço.
43 E o fez
subir no segundo carro que tinha, e clamavam diante dele: Ajoelhai. Assim
o pós sobre toda a terra do Egito.
44 E disse
Faraó a José: Eu sou Faraó; porém sem ti ninguém
levantará a sua mäo ou o seu pé em toda a terra do Egito.
45 E Faraó
chamou a José de Zafenate-Panéia, e deu-lhe por mulher a
Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om; e saiu José
por toda a terra do Egito.
46 E José
era da idade de trinta anos quando se apresentou a Faraó, rei do
Egito. E saiu José da presença de Faraó e passou por
toda a terra do Egito.
47 E nos sete
anos de fartura a terra produziu abundantemente.
48 E ele ajuntou
todo o mantimento dos sete anos, que houve na terra do Egito; e guardou
o mantimento nas cidades, pondo nas mesmas o mantimento do campo que estava
ao redor de cada cidade.
49 Assim ajuntou
José muitíssimo trigo, como a areia do mar, até que
cessou de contar; porquanto näo havia numeraçäo.
50 E nasceram
a José dois filhos (antes que viesse um ano de fome), que lhe deu
Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.
51 E chamou
José ao primogênito Manassés, porque disse: Deus me
fez esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai.
52 E ao segundo
chamou Efraim; porque disse: Deus me fez crescer na terra da minha afliçäo.
53 Entäo
acabaram-se os sete anos de fartura que havia na terra do Egito.
54 E começaram
a vir os sete anos de fome, como José tinha dito; e havia fome em
todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia päo.
55 E tendo
toda a terra do Egito fome, clamou o povo a Faraó por päo;
e Faraó disse a todos os egípcios: Ide a José; o que
ele vos disser, fazei.
56 Havendo,
pois, fome sobre toda a terra, abriu José tudo em que havia mantimento,
e vendeu aos egípcios; porque a fome prevaleceu na terra do Egito.
57 E de todas
as terras vinham ao Egito, para comprar de José; porquanto a fome
prevaleceu em todas as terras.
1 Vendo entäo
Jacó que havia mantimento no Egito, disse a seus filhos: Por que
estais olhando uns para os outros?
2 Disse mais:
Eis que tenho ouvido que há mantimentos no Egito; descei para lá,
e comprai-nos dali, para que vivamos e näo morramos.
3 Entäo
desceram os dez irmäos de José, para comprarem trigo no Egito.
4 A Benjamim,
porém, irmäo de José, näo enviou Jacó com
os seus irmäos, porque dizia: Para que lhe näo suceda, porventura,
algum desastre.
5 Assim, entre
os que iam lá foram os filhos de Israel para comprar, porque havia
fome na terra de Canaä.
6 José,
pois, era o governador daquela terra; ele vendia a todo o povo da terra;
e os irmäos de José chegaram e inclinaram-se a ele, com o rosto
em terra.
7 E José,
vendo os seus irmäos, conheceu-os; porém mostrou-se estranho
para com eles, e falou-lhes asperamente, e disse-lhes: De onde vindes?
E eles disseram: Da terra de Canaä, para comprarmos mantimento.
8 José,
pois, conheceu os seus irmäos; mas eles näo o conheceram.
9 Entäo
José lembrou-se dos sonhos que havia tido deles e disse-lhes: Vós
sois espias, e viestes para ver a nudez da terra.
10 E eles
lhe disseram: Näo, senhor meu; mas teus servos vieram comprar mantimento.
11 Todos nós
somos filhos de um mesmo homem; somos homens de retidäo; os teus servos
näo säo espias.
12 E ele lhes
disse: Näo; antes viestes para ver a nudez da terra.
13 E eles
disseram: Nós, teus servos, somos doze irmäos, filhos de um
homem na terra de Canaä; e eis que o mais novo está com nosso
pai hoje; mas um já näo existe.
14 Entäo
lhes disse José: Isso é o que vos tenho dito, sois espias;
15 Nisto sereis
provados; pela vida de Faraó, näo saireis daqui senäo
quando vosso irmäo mais novo vier aqui.
16 Enviai
um dentre vós, que traga vosso irmäo, mas vós ficareis
presos, e vossas palavras sejam provadas, se há verdade convosco;
e se näo, pela vida de Faraó, vós sois espias.
17 E pó-los
juntos, em prisäo, três dias.
18 E ao terceiro
dia disse-lhes José: Fazei isso, e vivereis; porque eu temo a Deus.
19 Se sois
homens de retidäo, que fique um de vossos irmäos preso na casa
de vossa prisäo; e vós ide, levai mantimento para a fome de
vossa casa,
20 E trazei-me
o vosso irmäo mais novo, e seräo verificadas vossas palavras,
e näo morrereis. E eles assim fizeram.
21 Entäo
disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmäo,
pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós
porém näo ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia.
22 E Rúben
respondeu-lhes, dizendo: Näo vo-lo dizia eu: Näo pequeis contra
o menino; mas näo ouvistes; e vedes aqui, o seu sangue também
é requerido.
23 E eles
näo sabiam que José os entendia, porque havia intérprete
entre eles.
24 E retirou-se
deles e chorou. Depois tornou a eles, e falou-lhes, e tomou a Simeäo
dentre eles, e amarrou-o perante os seus olhos.
25 E ordenou
José, que enchessem os seus sacos de trigo, e que lhes restituíssem
o seu dinheiro a cada um no seu saco, e lhes dessem comida para o caminho;
e fizeram-lhes assim.
26 E carregaram
o seu trigo sobre os seus jumentos e partiram dali.
27 E, abrindo
um deles o seu saco, para dar pasto ao seu jumento na estalagem, viu o
seu dinheiro; porque eis que estava na boca do seu saco.
28 E disse
a seus irmäos: Devolveram o meu dinheiro, e ei-lo também aqui
no saco. Entäo lhes desfaleceu o coraçäo, e pasmavam,
dizendo um ao outro: Que é isto que Deus nos tem feito?
29 E vieram
para Jacó, seu pai, na terra de Canaä; e contaram-lhe tudo
o que lhes aconteceu, dizendo:
30 O homem,
o senhor da terra, falou conosco asperamente, e tratou-nos como espias
da terra;
31 Mas dissemos-lhe:
Somos homens de retidäo; näo somos espias;
32 Somos doze
irmäos, filhos de nosso pai; um näo mais existe, e o mais novo
está hoje com nosso pai na terra de Canaä.
33 E aquele
homem, o senhor da terra, nos disse: Nisto conhecerei que vós sois
homens de retidäo; deixai comigo um de vossos irmäos, e tomai
para a fome de vossas casas, e parti,
34 E trazei-me
vosso irmäo mais novo; assim saberei que näo sois espias, mas
homens de retidäo; entäo vos darei o vosso irmäo e negociareis
na terra.
35 E aconteceu
que, despejando eles os seus sacos, eis que cada um tinha o pacote com
seu dinheiro no seu saco; e viram os pacotes com seu dinheiro, eles e seu
pai, e temeram.
36 Entäo
Jacó, seu pai, disse-lhes: Tendes-me desfilhado; José já
näo existe e Simeäo näo está aqui; agora levareis
a Benjamim. Todas estas coisas vieram sobre mim.
37 Mas Rúben
falou a seu pai, dizendo: Mata os meus dois filhos, se eu näo tornar
a trazê-lo para ti; entrega-o em minha mäo, e tornarei a trazê-lo.
38 Ele porém
disse: Näo descerá meu filho convosco; porquanto o seu irmäo
é morto, e só ele ficou. Se lhe suceder algum desastre no
caminho por onde fordes, fareis descer minhas cäs com tristeza à
sepultura.
1 E a fome
era gravíssima na terra.
2 E aconteceu
que, como acabaram de comer o mantimento que trouxeram do Egito, disse-lhes
seu pai: Voltai, comprai-nos um pouco de alimento.
3 Mas Judá
respondeu-lhe, dizendo: Fortemente nos protestou aquele homem, dizendo:
Näo vereis a minha face, se o vosso irmäo näo vier convosco.
4 Se enviares
conosco o nosso irmäo, desceremos e te compraremos alimento;
5 Mas se näo
o enviares, näo desceremos; porquanto aquele homem nos disse: Näo
vereis a minha face, se o vosso irmäo näo vier convosco.
6 E disse
Israel: Por que me fizeste tal mal, fazendo saber àquele homem que
tínheis ainda outro irmäo?
7 E eles disseram:
Aquele homem particularmente nos perguntou por nós, e pela nossa
parentela, dizendo: Vive ainda vosso pai? Tendes mais um irmäo? E
respondemos-lhe conforme as mesmas palavras. Podíamos nós
saber que diria: Trazei vosso irmäo?
8 Entäo
disse Judá a Israel, seu pai: Envia o jovem comigo, e levantar-nos-emos,
e iremos, para que vivamos e näo morramos, nem nós, nem tu,
nem os nossos filhos.
9 Eu serei
fiador por ele, da minha mäo o requererás; se eu näo o
trouxer, e näo o puser perante a tua face, serei réu de crime
para contigo para sempre.
10 E se näo
nos tivéssemos detido, certamente já estaríamos segunda
vez de volta.
11 Entäo
disse-lhes Israel, seu pai: Pois que assim é, fazei isso; tomai
do mais precioso desta terra em vossos vasos, e levai ao homem um presente:
um pouco do bálsamo e um pouco de mel, especiarias e mirra, terebinto
e amêndoas;
12 E tomai
em vossas mäos dinheiro em dobro, e o dinheiro que voltou na boca
dos vossos sacos tornai a levar em vossas mäos; bem pode ser que fosse
erro.
13 Tomai também
a vosso irmäo, e levantai-vos e voltai àquele homem;
14 E Deus
Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do homem, para que
deixe vir convosco vosso outro irmäo, e Benjamim; e eu, se for desfilhado,
desfilhado ficarei.
15 E os homens
tomaram aquele presente, e dinheiro em dobro em suas mäos, e a Benjamim;
e levantaram-se, e desceram ao Egito, e apresentaram-se diante de José.
16 Vendo,
pois, José a Benjamim com eles, disse ao que estava sobre a sua
casa: Leva estes homens à casa, e mata reses, e prepara tudo; porque
estes homens comeräo comigo ao meio-dia.
17 E o homem
fez como José dissera, e levou-os à casa de José.
18 Entäo
temeram aqueles homens, porquanto foram levados à casa de José,
e diziam: Por causa do dinheiro que dantes voltou nos nossos sacos, fomos
trazidos aqui, para nos incriminar e cair sobre nós, para que nos
tome por servos, e a nossos jumentos.
19 Por isso
chegaram-se ao homem que estava sobre a casa de José, e falaram
com ele à porta da casa,
20 E disseram:
Ai! senhor meu, certamente descemos dantes a comprar mantimento;
21 E aconteceu
que, chegando à estalagem, e abrindo os nossos sacos, eis que o
dinheiro de cada um estava na boca do seu saco, nosso dinheiro por seu
peso; e tornamos a trazê-lo em nossas mäos;
22 Também
trouxemos outro dinheiro em nossas mäos, para comprar mantimento;
näo sabemos quem tenha posto o nosso dinheiro nos nossos sacos.
23 E ele disse:
Paz seja convosco, näo temais; o vosso Deus, e o Deus de vosso pai,
vos tem dado um tesouro nos vossos sacos; o vosso dinheiro me chegou a
mim. E trouxe-lhes fora a Simeäo.
24 Depois
levou os homens à casa de José, e deu-lhes água, e
lavaram os seus pés; também deu pasto aos seus jumentos.
25 E prepararam
o presente, para quando José viesse ao meio dia; porque tinham ouvido
que ali haviam de comer päo.
26 Vindo,
pois, José à casa, trouxeram-lhe ali o presente que tinham
em suas mäos; e inclinaram-se a ele até à terra.
27 E ele lhes
perguntou como estavam, e disse: Vosso pai, o anciäo de quem falastes,
está bem? Ainda vive?
28 E eles
disseram: Bem está o teu servo, nosso pai vive ainda. E abaixaram
a cabeça, e inclinaram-se.
29 E ele levantou
os seus olhos, e viu a Benjamim, seu irmäo, filho de sua mäe,
e disse: Este é vosso irmäo mais novo de quem falastes? Depois
ele disse: Deus te dê a sua graça, meu filho.
30 E José
apressou-se, porque as suas entranhas comoveram-se por causa do seu irmäo,
e procurou onde chorar; e entrou na cámara, e chorou ali.
31 Depois
lavou o seu rosto, e saiu; e conteve-se, e disse: Ponde päo.
32 E serviram-lhe
à parte, e a eles também à parte, e aos egípcios,
que comiam com ele, à parte; porque os egípcios näo
podem comer päo com os hebreus, porquanto é abominaçäo
para os egípcios.
33 E assentaram-se
diante dele, o primogênito segundo a sua primogenitura, e o menor
segundo a sua menoridade; do que os homens se maravilhavam entre si.
34 E apresentou-lhes
as porçöes que estavam diante dele; porém a porçäo
de Benjamim era cinco vezes maior do que as porçöes deles todos.
E eles beberam, e se regalaram com ele.
1 E deu ordem
ao que estava sobre a sua casa, dizendo: Enche de mantimento os sacos destes
homens, quanto puderem levar, e pöe o dinheiro de cada um na boca
do seu saco.
2 E o meu
copo, o copo de prata, porás na boca do saco do mais novo, com o
dinheiro do seu trigo. E fez conforme a palavra que José tinha dito.
3 Vinda a
luz da manhä, despediram-se estes homens, eles com os seus jumentos.
4 Saindo eles
da cidade, e näo se havendo ainda distanciado, disse José ao
que estava sobre a sua casa: Levanta-te, e persegue aqueles homens; e,
alcançando-os, lhes dirás: Por que pagastes mal por bem?
5 Näo
é este o copo em que bebe meu senhor e pelo qual bem adivinha? Procedestes
mal no que fizestes.
6 E alcançou-os,
e falou-lhes as mesmas palavras.
7 E eles disseram-lhe:
Por que diz meu senhor tais palavras? Longe estejam teus servos de fazerem
semelhante coisa.
8 Eis que
o dinheiro, que temos achado nas bocas dos nossos sacos, te tornamos a
trazer desde a terra de Canaä; como, pois, furtaríamos da casa
do teu senhor prata ou ouro?
9 Aquele,
com quem de teus servos for achado, morra; e ainda nós seremos escravos
do meu senhor.
10 E ele disse:
Ora seja também assim conforme as vossas palavras; aquele com quem
se achar será meu escravo, porém vós sereis desculpados.
11 E eles
apressaram-se e cada um pós em terra o seu saco, e cada um abriu
o seu saco.
12 E buscou,
começando do maior, e acabando no mais novo; e achou-se o copo no
saco de Benjamim.
13 Entäo
rasgaram as suas vestes, e carregou cada um o seu jumento, e tornaram à
cidade.
14 E veio
Judá com os seus irmäos à casa de José, porque
ele ainda estava ali; e prostraram-se diante dele em terra.
15 E disse-lhes
José: Que é isto que fizestes? Näo sabeis vós
que um homem como eu pode, muito bem, adivinhar?
16 Entäo
disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que falaremos? E como nos
justificaremos? Achou Deus a iniqüidade de teus servos; eis que somos
escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mäo foi
achado o copo.
17 Mas ele
disse: Longe de mim que eu tal faça; o homem em cuja mäo o
copo foi achado, esse será meu servo; porém vós, subi
em paz para vosso pai.
18 Entäo
Judá se chegou a ele, e disse: Ai! senhor meu, deixa, peço-te,
o teu servo dizer uma palavra aos ouvidos de meu senhor, e näo se
acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como Faraó.
19 Meu senhor
perguntou a seus servos, dizendo: Tendes vós pai, ou irmäo?
20 E dissemos
a meu senhor: Temos um velho pai, e um filho da sua velhice, o mais novo,
cujo irmäo é morto; e só ele ficou de sua mäe,
e seu pai o ama.
21 Entäo
tu disseste a teus servos: Trazei-mo a mim, e porei os meus olhos sobre
ele.
22 E nós
dissemos a meu senhor: Aquele moço näo poderá deixar
a seu pai; se deixar a seu pai, este morrerá.
23 Entäo
tu disseste a teus servos: Se vosso irmäo mais novo näo descer
convosco, nunca mais vereis a minha face.
24 E aconteceu
que, subindo nós a teu servo meu pai, e contando-lhe as palavras
de meu senhor,
25 Disse nosso
pai: Voltai, comprai-nos um pouco de mantimento.
26 E nós
dissemos: Näo poderemos descer; mas, se nosso irmäo menor for
conosco, desceremos; pois näo poderemos ver a face do homem se este
nosso irmäo menor näo estiver conosco.
27 Entäo
disse-nos teu servo, meu pai: Vós sabeis que minha mulher me deu
dois filhos;
28 E um ausentou-se
de mim, e eu disse: Certamente foi despedaçado, e näo o tenho
visto até agora;
29 Se agora
também tirardes a este da minha face, e lhe acontecer algum desastre,
fareis descer as minhas cäs com afliçäo à sepultura.
30 Agora,
pois, indo eu a teu servo, meu pai, e o moço näo indo conosco,
como a sua alma está ligada com a alma dele,
31 Acontecerá
que, vendo ele que o moço ali näo está, morrerá;
e teus servos faräo descer as cäs de teu servo, nosso pai, com
tristeza à sepultura.
32 Porque
teu servo se deu por fiador por este moço para com meu pai, dizendo:
Se eu o näo tornar para ti, serei culpado para com meu pai por todos
os dias.
33 Agora,
pois, fique teu servo em lugar deste moço por escravo de meu senhor,
e que suba o moço com os seus irmäos.
34 Porque,
como subirei eu a meu pai, se o moço näo for comigo? para que
näo veja eu o mal que sobrevirá a meu pai.
1 Entäo
José näo se podia conter diante de todos os que estavam com
ele; e clamou: Fazei sair daqui a todo o homem; e ninguém ficou
com ele, quando José se deu a conhecer a seus irmäos.
2 E levantou
a sua voz com choro, de maneira que os egípcios o ouviam, e a casa
de Faraó o ouviu.
3 E disse
José a seus irmäos: Eu sou José; vive ainda meu pai?
E seus irmäos näo lhe puderam responder, porque estavam pasmados
diante da sua face.
4 E disse
José a seus irmäos: Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se;
entäo disse ele: Eu sou José vosso irmäo, a quem vendestes
para o Egito.
5 Agora, pois,
näo vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me
haverdes vendido para cá; porque para conservaçäo da
vida, Deus me enviou adiante de vós.
6 Porque já
houve dois anos de fome no meio da terra, e ainda restam cinco anos em
que näo haverá lavoura nem sega.
7 Pelo que
Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessäo
na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento.
8 Assim näo
fostes vós que me enviastes para cá, senäo Deus, que
me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa,
e como regente em toda a terra do Egito.
9 Apressai-vos,
e subi a meu pai, e dizei-lhe: Assim tem dito o teu filho José:
Deus me tem posto por senhor em toda a terra do Egito; desce a mim, e näo
te demores;
10 E habitarás
na terra de Gósen, e estarás perto de mim, tu e os teus filhos,
e os filhos dos teus filhos, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas, e tudo
o que tens.
11 E ali te
sustentarei, porque ainda haverá cinco anos de fome, para que näo
pereças de pobreza, tu e tua casa, e tudo o que tens.
12 E eis que
vossos olhos, e os olhos de meu irmäo Benjamim, vêem que é
minha boca que vos fala.
13 E fazei
saber a meu pai toda a minha glória no Egito, e tudo o que tendes
visto, e apressai-vos a fazer descer meu pai para cá.
14 E lançou-se
ao pescoço de Benjamim seu irmäo, e chorou; e Benjamim chorou
também ao seu pescoço.
15 E beijou
a todos os seus irmäos, e chorou sobre eles; e depois seus irmäos
falaram com ele.
16 E esta
noticía ouviu-se na casa de Faraó: Os irmäos de José
säo vindos; e pareceu bem aos olhos de Faraó, e aos olhos de
seus servos.
17 E disse
Faraó a José: Dize a teus irmäos: Fazei isto: carregai
os vossos animais e parti, tornai à terra de Canaä.
18 E tornai
a vosso pai, e às vossas famílias, e vinde a mim; e eu vos
darei o melhor da terra do Egito, e comereis da fartura da terra.
19 A ti, pois,
é ordenado: Fazei isto: tomai vós da terra do Egito carros
para vossos meninos, para vossas mulheres, e para vosso pai, e vinde.
20 E näo
vos pese coisa alguma dos vossos utensílios; porque o melhor de
toda a terra do Egito será vosso.
21 E os filhos
de Israel fizeram assim. E José deu-lhes carros, conforme o mandado
de Faraó; também lhes deu comida para o caminho.
22 A todos
lhes deu, a cada um, mudas de roupas; mas a Benjamim deu trezentas peças
de prata, e cinco mudas de roupas.
23 E a seu
pai enviou semelhantemente dez jumentos carregados do melhor do Egito,
e dez jumentos carregados de trigo e päo, e comida para seu pai, para
o caminho.
24 E despediu
os seus irmäos, e partiram; e disse-lhes: Näo contendais pelo
caminho.
25 E subiram
do Egito, e vieram à terra de Canaä, a Jacó seu pai.
26 Entäo
lhe anunciaram, dizendo: José ainda vive, e ele também é
regente em toda a terra do Egito. E o seu coraçäo desmaiou,
porque näo os acreditava.
27 Porém,
havendo-lhe eles contado todas as palavras de José, que ele lhes
falara, e vendo ele os carros que José enviara para levá-lo,
reviveu o espírito de Jacó seu pai.
28 E disse
Israel: Basta; ainda vive meu filho José; eu irei e o verei antes
que morra.
1 E partiu
Israel com tudo quanto tinha, e veio a Berseba, e ofereceu sacrifícios
ao Deus de seu pai Isaque.
2 E falou
Deus a Israel em visöes de noite, e disse: Jacó, Jacó!
E ele disse: Eis-me aqui.
3 E disse:
Eu sou Deus, o Deus de teu pai; näo temas descer ao Egito, porque
eu te farei ali uma grande naçäo.
4 E descerei
contigo ao Egito, e certamente te farei tornar a subir, e José porá
a sua mäo sobre os teus olhos.
5 Entäo
levantou-se Jacó de Berseba; e os filhos de Israel levaram a seu
pai Jacó, e seus meninos, e as suas mulheres, nos carros que Faraó
enviara para o levar.
6 E tomaram
o seu gado e os seus bens que tinham adquirido na terra de Canaä,
e vieram ao Egito, Jacó e toda a sua descendência com ele;
7 Os seus
filhos e os filhos de seus filhos com ele, as filhas, e as filhas de seus
filhos, e toda a sua descendência levou consigo ao Egito.
8 E estes
säo os nomes dos filhos de Israel, que vieram ao Egito, Jacó
e seus filhos: Rúben, o primogênito de Jacó.
9 E os filhos
de Rúben: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi.
10 E os filhos
de Simeäo: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma
mulher cananéia.
11 E os filhos
de Levi: Gérson, Coate e Merari.
12 E os filhos
de Judá: Er, Onä, Selá, Perez e Zerá; Er e Onä,
porém, morreram na terra de Canaä; e os filhos de Perez foram
Hezrom e Hamul.
13 E os filhos
de Issacar: Tola, Puva, Jó e Sinrom.
14 E os filhos
de Zebulom: Serede, Elom e Jaleel.
15 Estes säo
os filhos de Lia, que ela deu a Jacó em Padä-Arä, além
de Diná, sua filha; todas as almas de seus filhos e de suas filhas
foram trinta e três.
16 E os filhos
de Gade: Zifiom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli.
17 E os filhos
de Aser: Imna, Isvá, Isvi, Berias e Sera, a irmä deles; e os
filhos de Berias: Héber e Malquiel.
18 Estes säo
os filhos de Zilpa, a qual Labäo deu à sua filha Lia; e deu
a Jacó estas dezesseis almas.
19 Os filhos
de Raquel, mulher de Jacó: José e Benjamim.
20 E nasceram
a José na terra do Egito, Manassés e Efraim, que lhe deu
Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.
21 E os filhos
de Benjamim: Belá, Bequer, Asbel, Gera, Naamä, Eí, Rós,
Mupim, Hupim e Arde.
22 Estes säo
os filhos de Raquel, que nasceram a Jacó, ao todo catorze almas.
23 E o filho
de Dä: Husim.
24 E os filhos
de Naftali: Jazeel, Guni, Jezer e Silém.
25 Estes säo
os filhos de Bila, a qual Labäo deu à sua filha Raquel; e deu
estes a Jacó; todas as almas foram sete.
26 Todas as
almas que vieram com Jacó ao Egito, que saíram dos seus lombos,
fora as mulheres dos filhos de Jacó, todas foram sessenta e seis
almas.
27 E os filhos
de José, que lhe nasceram no Egito, eram duas almas. Todas as almas
da casa de Jacó, que vieram ao Egito, eram setenta.
28 E Jacó
enviou Judá adiante de si a José, para o encaminhar a Gósen;
e chegaram à terra de Gósen.
29 Entäo
José aprontou o seu carro, e subiu ao encontro de Israel, seu pai,
a Gósen. E, apresentando-se-lhe, lançou-se ao seu pescoço,
e chorou sobre o seu pescoço longo tempo.
30 E Israel
disse a José: Morra eu agora, pois já tenho visto o teu rosto,
que ainda vives.
31 Depois
disse José a seus irmäos, e à casa de seu pai: Eu subirei
e anunciarei a Faraó, e lhe direi: Meus irmäos e a casa de
meu pai, que estavam na terra de Canaä, vieram a mim!
32 E os homens
säo pastores de ovelhas, porque säo homens de gado, e trouxeram
consigo as suas ovelhas, e as suas vacas, e tudo o que têm.
33 Quando,
pois, acontecer que Faraó vos chamar, e disser: Qual é o
vosso negócio?
34 Entäo
direis: Teus servos foram homens de gado desde a nossa mocidade até
agora, tanto nós como os nossos pais; para que habiteis na terra
de Gósen, porque todo o pastor de ovelhas é abominaçäo
aos egípcios.
1 Entäo
veio José e anunciou a Faraó, e disse: Meu pai e os meus
irmäos e as suas ovelhas, e as suas vacas, com tudo o que têm,
säo vindos da terra de Canaä, e eis que estäo na terra de
Gósen.
2 E tomou
uma parte de seus irmäos, a saber, cinco homens, e os pós diante
de Faraó.
3 Entäo
disse Faraó a seus irmäos: Qual é o vosso negócio?
E eles disseram a Faraó: Teus servos säo pastores de ovelhas,
tanto nós como nossos pais.
4 Disseram
mais a Faraó: Viemos para peregrinar nesta terra; porque näo
há pasto para as ovelhas de teus servos, porquanto a fome é
grave na terra de Canaä; agora, pois, rogamos-te que teus servos habitem
na terra de Gósen.
5 Entäo
falou Faraó a José, dizendo: Teu pai e teus irmäos vieram
a ti;
6 A terra
do Egito está diante de ti; no melhor da terra faze habitar teu
pai e teus irmäos; habitem na terra de Gósen, e se sabes que
entre eles há homens valentes, os porás por maiorais do gado,
sobre o que eu tenho.
7 E trouxe
José a Jacó, seu pai, e o apresentou a Faraó; e Jacó
abençoou a Faraó.
8 E Faraó
disse a Jacó: Quantos säo os dias dos anos da tua vida?
9 E Jacó
disse a Faraó: Os dias dos anos das minhas peregrinaçöes
säo cento e trinta anos, poucos e maus foram os dias dos anos da minha
vida, e näo chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais nos dias
das suas peregrinaçöes.
10 E Jacó
abençoou a Faraó, e saiu da sua presença.
11 E José
fez habitar a seu pai e seus irmäos e deu-lhes possessäo na terra
do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó
ordenara.
12 E José
sustentou de päo a seu pai, seus irmäos e toda a casa de seu
pai, segundo as suas famílias.
13 E näo
havia päo em toda a terra, porque a fome era muito grave; de modo
que a terra do Egito e a terra de Canaä desfaleciam por causa da fome.
14 Entäo
José recolheu todo o dinheiro que se achou na terra do Egito, e
na terra de Canaä, pelo trigo que compravam; e José trouxe
o dinheiro à casa de Faraó.
15 Acabando-se,
pois, o dinheiro da terra do Egito, e da terra de Canaä, vieram todos
os egípcios a José, dizendo: Dá-nos päo; por
que morreremos em tua presença? porquanto o dinheiro nos falta.
16 E José
disse: Dai o vosso gado, e eu vo-lo darei por vosso gado, se falta o dinheiro.
17 Entäo
trouxeram o seu gado a José; e José deu-lhes päo em
troca de cavalos, e das ovelhas, e das vacas e dos jumentos; e os sustentou
de päo aquele ano por todo o seu gado.
18 E acabado
aquele ano, vieram a ele no segundo ano e disseram-lhe: Näo ocultaremos
ao meu senhor que o dinheiro acabou; e meu senhor possui os animais, e
nenhuma outra coisa nos ficou diante de meu senhor, senäo o nosso
corpo e a nossa terra;
19 Por que
morreremos diante dos teus olhos, tanto nós como a nossa terra?
Compra-nos a nós e a nossa terra por päo, e nós e a
nossa terra seremos servos de Faraó; e dá-nos semente, para
que vivamos, e näo morramos, e a terra näo se desole.
20 Assim José
comprou toda a terra do Egito para Faraó, porque os egípcios
venderam cada um o seu campo, porquanto a fome prevaleceu sobre eles; e
a terra ficou sendo de Faraó.
21 E, quanto
ao povo, fê-lo passar às cidades, desde uma extremidade da
terra do Egito até a outra extremidade.
22 Somente
a terra dos sacerdotes näo a comprou, porquanto os sacerdotes tinham
porçäo de Faraó, e eles comiam a sua porçäo
que Faraó lhes tinha dado; por isso näo venderam a sua terra.
23 Entäo
disse José ao povo: Eis que hoje tenho comprado a vós e a
vossa terra para Faraó; eis aí tendes semente para vós,
para que semeeis a terra.
24 Há
de ser, porém, que das colheitas dareis o quinto a Faraó,
e as quatro partes seräo vossas, para semente do campo, e para o vosso
mantimento, e dos que estäo nas vossas casas, e para que comam vossos
filhos.
25 E disseram:
A vida nos tens dado; achemos graça aos olhos de meu senhor, e seremos
servos de Faraó.
26 José,
pois, estabeleceu isto por estatuto, até ao dia de hoje, sobre a
terra do Egito, que Faraó tirasse o quinto; só a terra dos
sacerdotes näo ficou sendo de Faraó.
27 Assim habitou
Israel na terra do Egito, na terra de Gósen, e nela tomaram possessäo,
e frutificaram, e multiplicaram-se muito.
28 E Jacó
viveu na terra do Egito dezessete anos, de sorte que os dias de Jacó,
os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete anos.
29 Chegando-se,
pois, o tempo da morte de Israel, chamou a José, seu filho, e disse-lhe:
Se agora tenho achado graça em teus olhos, rogo-te que ponhas a
tua mäo debaixo da minha coxa, e usa comigo de beneficência
e verdade; rogo-te que näo me enterres no Egito,
30 Mas que
eu jaza com os meus pais; por isso me levarás do Egito e me enterrarás
na sepultura deles. E ele disse: Farei conforme a tua palavra.
31 E disse
ele: Jura-me. E ele jurou-lhe; e Israel inclinou-se sobre a cabeceira da
cama.
1 E aconteceu,
depois destas coisas, que alguém disse a José: Eis que teu
pai está enfermo. Entäo tomou consigo os seus dois filhos,
Manassés e Efraim.
2 E alguém
participou a Jacó, e disse: Eis que José teu filho vem a
ti. E esforçou-se Israel, e assentou-se sobre a cama.
3 E Jacó
disse a José: O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra
de Canaä, e me abençoou.
4 E me disse:
Eis que te farei frutificar e multiplicar, e tornar-te-ei uma multidäo
de povos e darei esta terra à tua descendência depois de ti,
em possessäo perpétua.
5 Agora, pois,
os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egito, antes que eu viesse
a ti no Egito, säo meus: Efraim e Manassés seräo meus,
como Rúben e Simeäo;
6 Mas a tua
geraçäo, que gerarás depois deles, será tua;
segundo o nome de seus irmäos seräo chamados na sua herança.
7 Vindo, pois,
eu de Padä, morreu-me Raquel no caminho, na terra de Canaä, havendo
ainda pequena distáncia para chegar a Efrata; e eu a sepultei ali,
no caminho de Efrata, que é Belem.
8 E Israel
viu os filhos de José, e disse: Quem säo estes?
9 E José
disse a seu pai: Eles säo meus filhos, que Deus me tem dado aqui.
E ele disse: Peço-te, trazemos aqui, para que os abençoe.
10 Os olhos
de Israel, porém, estavam carregados de velhice, já näo
podia ver; e fê-los chegar a ele, e beijou-os, e abraçou-os.
11 E Israel
disse a José: Eu näo cuidara ver o teu rosto; e eis que Deus
me fez ver também a tua descendência.
12 Entäo
José os tirou dos joelhos de seu pai, e inclinou-se à terra
diante da sua face.
13 E tomou
José a ambos, a Efraim na sua mäo direita, à esquerda
de Israel, e Manassés na sua mäo esquerda, à direita
de Israel, e fê-los chegar a ele.
14 Mas Israel
estendeu a sua mäo direita e a pós sobre a cabeça de
Efraim, que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés,
dirigindo as suas mäos propositadamente, näo obstante Manassés
ser o primogênito.
15 E abençoou
a José, e disse: O Deus, em cuja presença andaram os meus
pais Abraäo e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci
até este dia;
16 O anjo
que me livrou de todo o mal, abençoe estes rapazes, e seja chamado
neles o meu nome, e o nome de meus pais Abraäo e Isaque, e multipliquem-se
como peixes, em multidäo, no meio da terra.
17 Vendo,
pois, José que seu pai punha a sua mäo direita sobre a cabeça
de Efraim, foi mau aos seus olhos; e tomou a mäo de seu pai, para
a transpor de sobre a cabeça de Efraim à cabeça de
Manassés.
18 E José
disse a seu pai: Näo assim, meu pai, porque este é o primogênito;
pöe a tua mäo direita sobre a sua cabeça.
19 Mas seu
pai recusou, e disse: Eu o sei, meu filho, eu o sei; também ele
será um povo, e também ele será grande; contudo o
seu irmäo menor será maior que ele, e a sua descendência
será uma multidäo de naçöes.
20 Assim os
abençoou naquele dia, dizendo: Em ti abençoará Israel,
dizendo: Deus te faça como a Efraim e como a Manassés. E
pós a Efraim diante de Manassés.
21 Depois
disse Israel a José: Eis que eu morro, mas Deus será convosco,
e vos fará tornar à terra de vossos pais.
22 E eu tenho
dado a ti um pedaço da terra a mais do que a teus irmäos, que
tomei com a minha espada e com o meu arco, da mäo dos amorreus.
1 Depois chamou
Jacó a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que
vos há de acontecer nos dias vindouros;
2 Ajuntai-vos,
e ouvi, filhos de Jacó; e ouvi a Israel vosso pai.
3 Rúben,
tu és meu primogênito, minha força e o princípio
de meu vigor, o mais excelente em alteza e o mais excelente em poder.
4 Impetuoso
como a água, näo serás o mais excelente, porquanto subiste
ao leito de teu pai. Entäo o contaminaste; subiu à minha cama.
5 Simeäo
e Levi säo irmäos; as suas espadas säo instrumentos de violência.
6 No seu secreto
conselho näo entre minha alma, com a sua congregaçäo minha
glória näo se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e
na sua teima arrebataram bois.
7 Maldito
seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; eu os dividirei
em Jacó, e os espalharei em Israel.
8 Judá,
a ti te louvaräo os teus irmäos; a tua mäo será sobre
o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinaräo.
9 Judá
é um leäozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e
deita-se como um leäo, e como um leäo velho; quem o despertará?
10 O cetro
näo se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus
pés, até que venha Siló; e a ele se congregaräo
os povos.
11 Ele amarrará
o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa
mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa em
sangue de uvas.
12 Os olhos
seräo vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite.
13 Zebulom
habitará no porto dos mares, e será como porto dos navios,
e o seu termo será para Sidom.
14 Issacar
é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos.
15 E viu ele
que o descanso era bom, e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro
para acarretar, e serviu debaixo de tributo.
16 Dä
julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel.
17 Dä
será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à
vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro
por detrás.
18 A tua salvaçäo
espero, ó SENHOR!
19 Quanto
a Gade, uma tropa o acometerá; mas ele a acometerá por fim.
20 De Aser,
o seu päo será gordo, e ele dará delícias reais.
21 Naftali
é uma gazela solta; ele dá palavras formosas.
22 José
é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à
fonte; seus ramos correm sobre o muro.
23 Os flecheiros
lhe deram amargura, e o flecharam e odiaram.
24 O seu arco,
porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mäos
foram fortalecidos pelas mäos do Valente de Jacó (de onde é
o pastor e a pedra de Israel).
25 Pelo Deus
de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoará
com bênçäos dos altos céus, com bênçäos
do abismo que está embaixo, com bênçäos dos seios
e da madre.
26 As bênçäos
de teu pai excederäo as bênçäos de meus pais, até
à extremidade dos outeiros eternos; elas estaräo sobre a cabeça
de José, e sobre o alto da cabeça do que foi separado de
seus irmäos.
27 Benjamim
é lobo que despedaça; pela manhä comerá a presa,
e à tarde repartirá o despojo.
28 Todas estas
säo as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu
pai quando os abençoou; a cada um deles abençoou segundo
a sua bênçäo.
29 Depois
ordenou-lhes, e disse-lhes: Eu me congrego ao meu povo; sepultai-me com
meus pais, na cova que está no campo de Efrom, o heteu,
30 Na cova
que está no campo de Macpela, que está em frente de Manre,
na terra de Canaä, a qual Abraäo comprou com aquele campo de
Efrom, o heteu, por herança de sepultura.
31 Ali sepultaram
a Abraäo e a Sara sua mulher; ali sepultaram a Isaque e a Rebeca sua
mulher; e ali eu sepultei a Lia.
32 O campo
e a cova que está nele, foram comprados aos filhos de Hete.
33 Acabando,
pois, Jacó de dar instruçöes a seus filhos, encolheu
os pés na cama, e expirou, e foi congregado ao seu povo.
1 Entäo
José se lançou sobre o rosto de seu pai e chorou sobre ele,
e o beijou.
2 E José
ordenou aos seus servos, os médicos, que embalsamassem a seu pai;
e os médicos embalsamaram a Israel.
3 E cumpriram-se-lhe
quarenta dias; porque assim se cumprem os dias daqueles que se embalsamam;
e os egípcios o choraram setenta dias.
4 Passados,
pois, os dias de seu choro, falou José à casa de Faraó,
dizendo: Se agora tenho achado graça aos vossos olhos, rogo-vos
que faleis aos ouvidos de Faraó, dizendo:
5 Meu pai
me fez jurar, dizendo: Eis que eu morro; em meu sepulcro, que cavei para
mim na terra de Canaä, ali me sepultarás. Agora, pois, te peço,
que eu suba, para que sepulte a meu pai; entäo voltarei.
6 E Faraó
disse: Sobe, e sepulta a teu pai como ele te fez jurar.
7 E José
subiu para sepultar a seu pai; e subiram com ele todos os servos de Faraó,
os anciäos da sua casa, e todos os anciäos da terra do Egito.
8 Como também
toda a casa de José, e seus irmäos, e a casa de seu pai; somente
deixaram na terra de Gósen os seus meninos, e as suas ovelhas e
as suas vacas.
9 E subiram
também com ele, tanto carros como gente a cavalo; e o cortejo foi
grandíssimo.
10 Chegando
eles, pois, à eira de Atade, que está além do Jordäo,
fizeram um grande e dolorido pranto; e fez a seu pai uma grande lamentaçäo
por sete dias.
11 E vendo
os moradores da terra, os cananeus, o luto na eira de Atade, disseram:
É este o pranto grande dos egípcios. Por isso chamou-se-lhe
Abel-Mizraim, que está além do Jordäo.
12 E fizeram-lhe
os seus filhos assim como ele lhes ordenara.
13 Pois os
seus filhos o levaram à terra de Canaä, e o sepultaram na cova
do campo de Macpela, que Abraäo tinha comprado com o campo, por herança
de sepultura de Efrom, o heteu, em frente de Manre.
14 Depois
de haver sepultado seu pai, voltou José para o Egito, ele e seus
irmäos, e todos os que com ele subiram a sepultar seu pai.
15 Vendo entäo
os irmäos de José que seu pai já estava morto, disseram:
Porventura nos odiará José e certamente nos retribuirá
todo o mal que lhe fizemos.
16 Portanto
mandaram dizer a José: Teu pai ordenou, antes da sua morte, dizendo:
17 Assim direis
a José: Perdoa, rogo-te, a transgressäo de teus irmäos,
e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, rogamos-te que perdoes
a transgressäo dos servos do Deus de teu pai. E José chorou
quando eles lhe falavam.
18 Depois
vieram também seus irmäos, e prostraram-se diante dele, e disseram:
Eis-nos aqui por teus servos.
19 E José
lhes disse: Näo temais; porventura estou eu em lugar de Deus?
20 Vós
bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem,
para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida.
21 Agora,
pois, näo temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos.
Assim os consolou, e falou segundo o coraçäo deles.
22 José,
pois, habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu José cento
e dez anos.
23 E viu José
os filhos de Efraim, da terceira geraçäo; também os
filhos de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de
José.
24 E disse
José a seus irmäos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará,
e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraäo,
a Isaque e a Jacó.
25 E José
fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará
Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui.
26 E morreu
José da idade de cento e dez anos, e o embalsamaram e o puseram
num caixäo no Egito.